Semana teve média superior a 38 mil casos de covid-19 por dia no Brasil. Efeitos do baixo isolamento e das aglomerações do feriado ainda são desconhecidos
O Brasil registrou 504 mortos e 14.279 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Desde março, 127.464 vítimas brasileiras foram contabilizadas. O total de casos de covid-19 se aproxima de 4,2 milhões. O valor sofre com uma subnotificação intensa, já que os serviços de assistência hospitalar funcionam em menor medida durante domingos e feriados.
A última semana foi a segunda seguida com recuo na velocidade de transmissão no vírus no país, tal como previu a Organização Mundial da Saúde ainda na segunda-feira (31). Apesar dos resultados até então positivos, especialistas temem, ainda os efeitos do feriado prolongado. Milhares de brasileiros aproveitaram o momento de descanso para se aglomerarem em bares e praias. A média de novos casos nas últimas três semanas está superior a 38 mil ao dia.
Se as aglomerações do feriado vão resultar no recrudescimento da pandemia, é algo que deve passar a ser notado entre 10 a 15 dias, a partir de hoje. Isso porque o vírus tende a ficar inerte por um período, antes de apresentar sua forma sintomática. Além de a notificação dos contágios confirmados não ocorrerem em tempo real.
Segunda onda
O cenário preocupa especialistas, já que o desdém com medidas de contensão do vírus já se mostrou letal. No início de julho, a OMS chegou a reconhecer uma tendência de queda na velocidade da pandemia no Brasil. O fato foi utilizado por prefeitos e governadores para o abandono do frágil isolamento social imposto entre abril e junho. O que sucedeu foi o período mais letal desde então. Mais de 75% das mortes aconteceram de lá para cá.
O receio é por uma segunda onda de letalidade. “Segunda onda” é um termo utilizado por países que tomaram medidas de isolamento e viram suas curvas epidemiológicas reduzirem em poucas semanas.