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Médica alerta sobre riscos da automedicação para aliviar sintomas de dengue

Médica alerta sobre riscos da automedicação para aliviar sintomas de dengue

15/04/2024
Fonte: G1

Em menos de quatro meses, Sorocaba (SP) já registrou mais de sete mil casos de dengue e quatro mortes pela doença. O aumento dos casos e a alta procura por atendimento em unidades de saúde públicas e particulares acende também o alerta para quais são os medicamentos indicados para aliviar os sintomas da doença.

A utilização de medicamentos contraindicados para a dengue oferece riscos caso a pessoa esteja realmente contaminada, podendo, inclusive, agravar a doença. Não à toa a frase utilizada há anos em propagandas de analgésicos e anti-inflamatórios sobre a contraindicação de determinados medicamentos em caso de suspeita de dengue é conhecida por tantos brasileiros.

Por isso, é preciso estar atento a quais medicamentos podem ser utilizados quando há suspeita da doença. A cabeleireira Luciana Dantas relatou à TV TEM que, há cerca de um mês, levou a filha para o hospital após ela apresentar dores no corpo, na garganta, febre e vômitos.

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Especialistas alertam sobre uso de remédios no combate aos sintomas de dengue

No hospital, ela diz que a filha passou por dois médicos. Segundo a mãe, um dos profissionais suspeitou que a menina pudesse estar com dengue, enquanto o outro descartou a possibilidade e afirmou que a paciente estaria com amigdalite, uma inflamação na garganta.

Luciana recebeu duas receitas médicas: uma prescrevia dexametasona, enquanto a outra receitava ibuprofeno, ambos contraindicados para dengue. Ainda com sintomas, a filha de Luciana foi levada a outro hospital, onde o teste confirmou que a jovem estava com dengue.

 

“Uma pessoa que não tem entendimento, que não é esclarecida, poderia ter administrado a medicação que ele passou. Ele passou ibuprofeno, e não pode ser ministrado [...] Graças a Deus a gente tem esse entendimento. E quem não tem?”, questiona Luciana.

 

 

  • Entenda os riscos da automedicação

 

A infectologista Rosana Richtman alerta para a atenção necessária em casos positivos ou negativos da doença. Segundo ela, o resultado do teste depende da qualidade da sensibilidade do material utilizado.

“O teste negativo não exclui o diagnóstico da dengue [...] Então, mesmo para nós, profissionais da saúde, a gente precisa ter em mente que neste momento, se eu tenho outras opções para utilizar para o paciente, seja paracetamol, seja dipirona ou outras orientações, eu devo evitar os anti-inflamatórios não hormonais”, pontua.

Medicamentos contra a dengue

 

A infectologista explica que não existe nenhuma medicação que consiga matar o vírus, mas medicamentos que podem aliviar os sintomas durante o ciclo do vírus pelo corpo.

“A gente sabe que esse ciclo dura de cinco a sete dias. Nesse período a gente pode ter febre, pode ter dor no corpo, pode ter coceira no corpo, então a gente acaba prescrevendo medicamentos que podem aliviar esses sintomas. Os mais prescritos, os mais indicados seriam à base do paracetamol e da dipirona caso o paciente não seja alérgico”, explica.

“É importante a população saber que se a gente tiver um manejo adequado, a hidratação adequada, medicações, você está com enjoo, está com náusea? Fale com o seu médico, ele vai te medicar para você não ter essa náusea e vômito e, com isso, você vai conseguir se hidratar adequadamente. Se não der certo, se você continuar com náusea e vômito e não conseguir se hidratar, aí sim procure um serviço de saúde para poder fazer isso de uma forma endovenosa”, finaliza.

 

Atendimento exclusivo para dengue

 

Sorocaba (SP) passou a ter um novo fluxo de atendimento para pacientes com sintomas da dengue. Atualmente, três das 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município atendem exclusivamente pessoas com suspeita da doença, das 8h às 18h,, sendo elas:

 

  • UBS Fiori: Rua Atanázio Soares, 814 – Vila Olimpia;
  • UBS Hortência: Rua Teodoro Kaizel, 677 – Vila Hortência;
  • UBS Simus: Alameda dos Lírios, 327 – Jardim Simus.

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