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Prefeitura de São Paulo tem menor avaliação positiva em 14 anos, mas quase 70% não lembra em quem votou

Prefeitura de São Paulo tem menor avaliação positiva em 14 anos, mas quase 70% não lembra em quem votou

26/01/2023
Fonte: RBA

Somente 9% dos paulistanos e paulistanas avaliam como “ótima” ou “boa” a atual gestão da prefeitura. No comando da capital desde maio de 2021, após a morte de Bruno Covas (PSDB), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) alcançou o menor patamar de avaliação positiva desde o início da série histórica da pesquisa Viver em São Paulo: qualidade de vida. O levantamento sobre a gestão da prefeitura é realizado pela Rede Nossa São Paulo desde 2008, em parceria com o Inteligência de Pesquisa e Consultoria (Ipec). 

De acordo com o estudo, divulgado nesta terça-feira (24), véspera do aniversário de 469 anos da cidade de São Paulo, pelo menos 44% dos moradores avaliam como “regular” a administração municipal. O mesmo percentual, no entanto, se divide ao indicar como “negativa” a gestão de Nunes. Outros 3% não sabem ou não responderam.

A pesquisa ouviu 800 moradores da capital com mais de 16 anos, em entrevistas on-line e domiciliares. Com intervalo de confiança de 95%, a margem de erro é estimada em 3 pontos percentuais para mais ou para menos. 

Até então, o menor percentual positivo, 13%, havia sido registrado em 2021 e 2015. A avaliação ruim sobre a administração da prefeitura foi ligeiramente maior nas zonas oeste de São Paulo (onde aumentou de 37% para 42%) e na leste – de 47% para 49%. A percepção negativa recuou, contudo, no centro, principalmente, com 35% das avaliações, ante 49% no ano passado. 

Sem investimentos nos bairros

Por outro lado, em todas as regiões, os moradores compartilham a visão de que a prefeitura de São Paulo “tem feito pouco ou nenhum investimento” em áreas como transporte público, educação, espaços públicos, infraestrutura, saúde, cultura, habitação, assistência social e geração de empregos, avaliadas pela pesquisa. A percepção de inércia é sobretudo maior na Saúde (90%) que leva em conta a construção e manutenção de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Em segundo, com 89%, aparece a área de infraestrutura, com asfalto, iluminação e limpeza urbana. 

Na zona sul, a maioria (93%) aponta falta de investimentos também no transporte público. Na comparação com os últimos quatro anos, também houve um aumento na percepção de que a administração municipal é “pouco” ou “nada” transparente em relação à divulgação de informações sobre a gestão, metas e prestação de contas da cidade. A impressão é compartilhada sobretudo entre os moradores mais pobres, das classes D e E, com renda de até dois salários mínimos. Em sua maioria (62%), essa população avalia negativamente o governo Nunes.

Avaliação sobre os vereadores

Comparando com o total da população, a percepção dos moradores da região leste a respeito da administração atual ser “nada transparente” é a mais expressiva (50%). Pelo segundo ano consecutivo, a avaliação dos paulistanos e paulistanas sobre a Câmara também permaneceu negativa. Ao menos 54% apontaram como “ruim” ou “péssima” na comparação com 2021, quando 57% também avaliaram negativamente. 

A Rede Nossa São Paulo observa, porém, que a imagem sobre o trabalho dos parlamentares poderia melhorar se esses representantes “demonstrassem maior conhecimento dos problemas dos bairros e regiões da cidade e maior proximidade dos eleitores”, adverte a organização. O estudo, contudo, também chama atenção para o comportamento da população com relação ao voto para a Câmara. 

Contrapartida dos paulistanos

Segundo a pesquisa, cresceu o percentual de paulistanos e paulistanas que não lembram o voto para o cargo em 2020. Ao todo, 69% responderam que não se recordam. É o maior percentual desde 2018, quando 64% também afirmaram não lembrar da escolha feita dois anos antes. De acordo com a Rede Nossa São Paulo, é “crítico” esse comportamento. Assim como também é “preocupante” o dado de que nove em cada 10 paulistanos têm pouca ou nenhuma vontade de participar da vida política da cidade. 

Do total de respondentes da pesquisa, 64% não desejam participar de forma nenhuma. Outros 25% têm pouca vontade. E somente 8% destacam que querem atuar politicamente. O desinteresse vem ainda associada ao dado de que, para um terço da população, nenhuma instituição está apta a contribuir para a melhora da qualidade de vida na capital paulista. Ainda assim, das 18 esferas de atuação avaliadas, a prefeitura de São Paulo (15%), as organizações não-governamentais (ONGs) nos bairros (14%), as igrejas (14%) e as empresas e empresários (12%) ainda são vistas como as instituições que mais contribuem para a qualidade de vida no município. 

Segundo a pesquisa, o resultado, que há cinco anos indica essas mesmas organizações, confirma a “importância da atuação local/ territorial em conjunto entre público, privado e instituições religiosas” neste tema, afirma. Mas a perspectiva de futuro na cidade de São Paulo ainda é pequena. A maioria dos moradores (61%) segue com o desejo de sair da maior megalópole da América Latina, se pudesse. 

 

Fonte: RBA - foto Divulgação/Secom/PSMP

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